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Desde o ano 2000, as várias políticas de eficiência energética adotadas a nível mundial permitiram reduzir em 12 % o uso de energia – o equivalente a adicionar uma segunda União Europeia ao mercado energético global –, revelam os dados da Agência Internacional de Energia (AIE). No relatório Energy Efficiency 2017, a AIE dá, todavia, conta de um abrandamento na imposição de novas medidas e, por isso, apela a que os governos mundiais mantenham o foco na eficiência energética, pedindo também mais atenção para a eficiência dos equipamentos de climatização.
No caso dos edifícios, nestes quase 20 anos, têm sido feitos muitos progressos, mas, segundo a entidade internacional, há ainda margem de manobra para alcançar mais poupanças. Isto porque, em países como a Alemanha ou Dinamarca, as políticas existentes têm-se focado na melhoria do desempenho energético da envolvente dos edifícios, deixando em segundo plano os equipamentos de aquecimento, arrefecimento e AVAC, que funcionam melhor em países da Ásia-Pacífico, como a Coreia do Sul e Japão. Estima-se que o potencial de melhoria ao nível da eficiência dos equipamentos domésticos e de iluminação esteja entre os 10 e os 20 % na maioria dos países.
O uso de novas tecnologias de informação e comunicação (TIC) e a digitalização estão entre as principais tendências futuras apontadas para o sector dos edifícios, com especial destaque para os contadores inteligentes, os sistemas de controlo e as ferramentas de Big Data. Nesse sentido, o aumento exponencial de dispositivos conectados à Internet – Internet of Things –, entre os quais edifícios, é apontado pela AIE como uma das oportunidades no horizonte para alcançar mais poupanças energéticas e assegurar um controlo mais rigoroso do uso de energia.
A viver também um bom momento, de acordo com a análise da AIE, está o sector da iluminação eficiente. As previsões estimam que, em 2022, 90 % da iluminação interior seja feita com LED e lâmpadas fluorescentes compactas.
Não obstante, no futuro próximo, há também algumas preocupações, nomeadamente no que se respeita o abrandamento do reforço das políticas para a eficiência energética. A análise mostra que os regulamentos e normas para a eficiência energética só cobrem 32 % do uso de energia mundial e mais de metade dessa cobertura advém de políticas existentes.
Houve um abrandamento evidente na implementação de novas políticas em 2016 e esta tendência parece ser para continuar em 2017”, admitiu o diretor executivo da AIE, Fatih Birol. “Os países devem concentrar-se em abordar os mais de 68 % de consumo energético global que não é coberto pelos regulamentos ou normas. Um dos mandatos chave da AIE é ajudar os países a perseguir este objetivo muito importante através da partilha de melhores práticas e de aprendizagem uns com os outros”, recomendou.
O relatório da AIE está disponível na íntegra aqui.