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  • Estratégia para renovação energética dos edifícios estima poupanças de 34 % até 2050

    A Estratégia de Longo Prazo para a Renovação dos Edifícios (ELPRE) esteve em fase de consulta pública entre os meses de abril e maio. Com o horizonte temporal de 2050, o documento estima que, até lá, a poupança cumulativa de energia primária resultante da renovação do parque edificado existente português possa chegar aos 34 % face a 2018.

    O documento faz parte das exigências da revisão da Diretiva Europeia para o Desempenho Energético dos Edifícios (EPBD), cuja transposição deveria ter acontecido até 10 de março deste ano em todos os Estados-membros.

    Para alcançar as poupanças estimadas, o investimento necessário para a renovação energética do parque edificado português ascende aos 143 492 M€, sendo ao segmento residencial que cabe a maior fatia (110 078 M€ contra 33 414 M€ do parque de edifícios não residencial).

    Já no que toca a poupanças em aquisição de energia, ao fim de 30 anos, o retorno financeiro do investimento deverá rondar os 112 289 M€ nos edifícios residenciais e de 108 547 M€ nos edifícios não residenciais, lê-se na estratégia.

    Para chegar a estes valores, a estratégia exigiu a avaliação do estado do edificado português, concluindo-se que, “à exceção dos edifícios multifamiliares construídos após 2016”, o parque de edifícios existentes “proporciona desconforto térmico em mais de 95 % das horas do ano”, sendo mais acentuado no inverno.

    No documento, tendo como base a informação de mais de 249 mil certificados energéticos, são analisadas as necessidades energéticas e o conforto térmico dos edifícios portugueses, assim como o seu potencial impacto em termos de cobenefícios e económicos.

    Para o efeito, foram consideradas 30 tipologias de edifícios residenciais nas diversas regiões climáticas do país e oito tipologias de edifícios não-residenciais, caracterizados pela geometria dos edifícios, soluções construtivas da envolvente, sistemas de climatização e sistemas de produção de água quente sanitária.

    O estudo teve ainda em conta a especificação de perfis de ocupação e de utilização de iluminação e equipamentos de forma a quantificar consumos próximos do real consumo de energia.

    A partir deste trabalho, foram definidos e quantificados pacotes de medidas de melhoria viáveis tecnicamente e “considerando o mercado atual para cada tipologia tendo em conta a sua especificidade e localização geográfica”. Entre as medidas previstas nos pacotes encontram-se intervenções na envolvente, substituição de sistemas existentes por outros mais eficientes e a promoção de energias de fontes renováveis.

    O estudo apurou que o maior potencial de poupança de energia primária está nos edifícios residenciais, nos quais os pacotes de medidas poderiam poupar um total de 0,92 Mtep (0,58 Mtep em edifícios não residenciais, até 2050), nomeadamente nos edifícios contruídos antes de 1990 e particularmente nos edifícios unifamiliares.

    Por sua vez, nos edifícios não residenciais, numa ótica individual, as maiores poupanças são observadas nos edifícios públicos com elevados consumos de energia (por exemplo, edifícios na área da saúde e polidesportivos).

    Para além de fazer parte da EPBD, a ELPRE está também alinhada com os objetivos em matéria de clima e energia no âmbito do PNEC – Plano Nacional Energia e Clima e do RNC2050 – Roteiro para a Neutralidade Carbónica 2050.

    “Reabilitar e tornar os edifícios energeticamente mais eficientes potencia o alcance de múltiplos objetivos, tais como a redução da fatura e dependência energéticas do país, melhoria ao nível do conforto e qualidade do ar interior, benefícios para a saúde, produtividade laboral, redução da pobreza energética, entre outros.

    Assim, a renovação energética dos edifícios, privilegiando a eficiência energética e promovendo a energia de fontes renováveis, assume particular relevância e prioridade, sendo que a ELPRE visa dar uma resposta efetiva a este objetivo”, lê-se no documento.

    Mais informação aqui.

  • Eficiência Energética
    junho 2020