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  • Depois do crescimento, pandemia de Covid-19 traz incerteza ao setor da construção

    2019 foi, mais uma vez, um ano de crescimento para o setor da construção na Europa. Segundo o Eurostat, entre Janeiro de 2019 e o mesmo mês de 2020, a produção na construção cresceu 6 % na zona Euro. No entanto, a chegada da pandemia provocada pelo novo coronavírus está a congelar obras e a semear a incerteza entre as empresas.

    Em Portugal, as associações do setor estão já a sentir os efeitos negativos e apelam ao Governo para que tome medidas.

    Com os condicionamentos à atividade económica impostos pela declaração de estado de emergência, a CPCI – Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário veio já expressar a sua preocupação com o setor e alertou para a possibilidade de um “desastre absoluto”.

    “Apesar de ainda não ser possível apurar a real dimensão desta situação extraordinariamente séria e grave, as consequências imediatas sobre a generalidade das empresas são já muito significativas e [a CPCI] entende que este é momento de agir, assegurando mecanismos efetivos e orientados para este tecido empresarial”, lê-se em comunicado.

    Desde o final de março que a entidade tem reivindicado, junto do Governo, a tomada de medidas que possam atenuar a situação das empresas do setor.

    Entre as sugestões apontadas pela CPCI estão a suspensão do pagamento de impostos, incluindo o IMI e o AIMI, até ao final do ano, o apoio financeiro aos encargos com o pessoal, trazer liquidez de forma imediata às empresas, através do pagamento imediato a todos os fornecedores do Estado, a criação de uma linha de crédito específica para a Construção e Imobiliário, recorrendo-se aos instrumentos financeiros europeus, com uma taxa máxima de 1 % de juros.

    No ramo do promoção e investimento imobiliário, a paralisação também está já a acontecer. A APPII - Associação Portuguesa dos Promotores e Investidores Imobiliários elaborou a proposta de um pacote de 16 medidas para a mitigação dos efeitos da covid-19 no setor do investimento imobiliário.

    Num artigo publicado na revista Edifícios e Energia, a associação recorda o papel determinante que estes agentes tiveram retoma da crise financeira de 2008 e sublinha que o mesmo pode repetir-se, pelo que “urge fazer de tudo para não deixar estas empresas de promoção e investimento imobiliário morrer, à sua sorte, esquecidas mais uma vez”.

    “Tudo deve fazer-se para se criar medidas preventivas adequadas, como aliás já foi feito noutros sectores considerados estratégicos, pois pode ser que venhamos, novamente, a precisar dessas mesmas empresas no futuro, como aconteceu aliás num passado recente. E será nesse futuro, que se aproxima, que vamos constatar afinal quem é, mais uma vez, um sector estratégico”, escreve Hugo Santos Ferreira, vice-presidente executivo da APPII.

  • Sustentabilidade
    abril 2020